Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Doutor Wendell Uguetto fez residência em Cirurgia Geral no Hospital das Clínicas da USP e foi aprovado em primeiro lugar na residência de Cirurgia Plástica no mesmo Hospital.
Pseudoginecomastia: Diferenças, Diagnóstico e Tratamento
Publicado em: 22/07/2025 | Última Atualização em 31/07/2025
A pseudoginecomastia, também conhecida como ginecomastia falsa ou lipomastia, é uma condição caracterizada pelo aumento das mamas masculinas devido exclusivamente ao acúmulo de tecido adiposo, sem envolvimento do tecido glandular mamário. Esta distinção é fundamental pois as abordagens terapêuticas diferem significativamente entre pseudoginecomastia e ginecomastia verdadeira.
A prevalência da pseudoginecomastia tem aumentado paralelamente às taxas de obesidade, sendo particularmente comum em homens com sobrepeso ou obesidade. Diferentemente da ginecomastia verdadeira, que resulta de desequilíbrios hormonais, a pseudoginecomastia está diretamente relacionada ao acúmulo de gordura corporal e pode responder favoravelmente a mudanças no estilo de vida.
Compreender esta diferenciação é crucial para pacientes e profissionais de saúde, pois influencia diretamente as expectativas de tratamento e escolha da abordagem terapêutica mais adequada. Enquanto a ginecomastia verdadeira frequentemente requer intervenção médica ou cirúrgica, a pseudoginecomastia pode ser tratada através de perda de peso e exercícios para ginecomastia.
Definição e Características Anatômicas
A pseudoginecomastia caracteriza-se pelo aumento do volume mamário masculino devido exclusivamente ao acúmulo de tecido adiposo na região peitoral, sem proliferação do tecido glandular mamário. Esta condição resulta em aparência similar à ginecomastia verdadeira, mas com fisiopatologia completamente diferente.
Anatomicamente, na pseudoginecomastia o tecido glandular mamário permanece rudimentar, como em homens normais, mas o acúmulo de gordura subcutânea e, em alguns casos, intramuscular, cria volume e projeção que simula o crescimento mamário. Esta distribuição de gordura pode ser influenciada por fatores genéticos, hormonais e metabólicos.
A diferenciação através do exame físico baseia-se na palpação cuidadosa da região mamária. Na pseudoginecomastia, a palpação revela apenas tecido adiposo macio e homogêneo, sem a presença do disco glandular firme e móvel característico da ginecomastia verdadeira.
A distribuição da gordura na pseudoginecomastia pode variar entre indivíduos, sendo mais concentrada na região central em alguns casos ou distribuída uniformemente por toda a mama em outros. Esta variação pode influenciar a aparência e as opções de tratamento disponíveis.
Diferenciação Diagnóstica
O diagnóstico diferencial entre pseudoginecomastia e ginecomastia verdadeira é fundamental para determinar a abordagem terapêutica adequada. O exame físico representa o método diagnóstico primário, sendo realizado com o paciente em posição supina e os braços relaxados ao lado do corpo.
Na ginecomastia verdadeira, a palpação revela um disco de tecido firme, móvel e bem delimitado, localizado concentricamente ao redor da aréola. Este tecido tem consistência diferente do tecido adiposo circundante e pode ser sensível ou doloroso à palpação.
Na pseudoginecomastia, a palpação não identifica tecido glandular palpável, revelando apenas tecido adiposo de consistência macia e homogênea. A ausência do disco glandular característico é o principal critério diferencial no exame físico.
Em casos duvidosos ou quando há suspeita de ginecomastia mista (combinação de tecido glandular e adiposo), exames de imagem podem ser necessários. A ultrassonografia mamária pode identificar a presença e extensão do tecido glandular, auxiliando no diagnóstico diferencial.
Causas e Fatores de Risco
A principal causa da pseudoginecomastia é o sobrepeso ou obesidade, resultando em acúmulo generalizado de tecido adiposo que inclui a região peitoral. A distribuição da gordura corporal é influenciada por fatores genéticos, hormonais e metabólicos, explicando por que alguns homens desenvolvem acúmulo preferencial na região mamária.
Fatores genéticos desempenham papel importante na determinação dos padrões de distribuição de gordura corporal. Alguns indivíduos têm predisposição genética para acúmulo de gordura na região peitoral, desenvolvendo pseudoginecomastia mesmo com ganho de peso moderado.
Alterações hormonais, embora não causem proliferação glandular como na ginecomastia verdadeira, podem influenciar a distribuição de gordura corporal. Diminuição da testosterona ou resistência à insulina podem favorecer o acúmulo de gordura na região peitoral.
A idade também influencia o desenvolvimento da pseudoginecomastia, com maior prevalência em homens de meia-idade e idosos. Isto relaciona-se às mudanças metabólicas associadas ao envelhecimento, incluindo diminuição da massa muscular e alterações na distribuição de gordura corporal.
Impacto Psicológico e Social
O impacto psicológico da pseudoginecomastia pode ser tão significativo quanto o da ginecomastia verdadeira, especialmente considerando que a aparência externa pode ser similar. Pacientes frequentemente experimentam constrangimento, baixa autoestima e evitação de atividades que exponham o tórax.
A diferenciação diagnóstica pode proporcionar alívio psicológico para alguns pacientes, especialmente quando explicado que a condição pode responder favoravelmente a mudanças no estilo de vida. Esta informação pode motivar mudanças comportamentais e adesão a programas de perda de peso.
No entanto, alguns pacientes podem sentir frustração ao descobrir que a condição está relacionada ao peso corporal, especialmente se têm dificuldades para perder peso ou manter a perda a longo prazo. Suporte psicológico pode ser necessário nestes casos.
O estigma social associado ao sobrepeso pode exacerbar o impacto psicológico da pseudoginecomastia, criando ciclo vicioso onde o constrangimento leva ao isolamento social e comportamentos que perpetuam o ganho de peso.
Tratamento Conservador
O tratamento de primeira linha para pseudoginecomastia é a perda de peso através de modificações no estilo de vida, incluindo dieta adequada e exercício regular. Esta abordagem pode resultar em melhoria significativa ou resolução completa da condição em muitos casos.
A dieta para perda de peso deve criar déficit calórico moderado (300-500 calorias diárias) através da redução da ingestão calórica e aumento do gasto energético. Dietas muito restritivas devem ser evitadas pois podem resultar em perda de massa muscular e efeito rebote.
O exercício físico desempenha papel crucial no tratamento da pseudoginecomastia, combinando exercícios aeróbicos para queima de gordura com exercícios de fortalecimento para desenvolvimento da musculatura peitoral. Esta combinação pode melhorar significativamente a aparência do tórax.
Exercícios específicos para fortalecimento do peitoral podem mascarar parcialmente a pseudoginecomastia através do desenvolvimento muscular subjacente. Supino, flexões e outros exercícios de fortalecimento devem ser incorporados ao programa de exercícios.
Limitações do Tratamento Conservador
Embora o tratamento conservador seja eficaz em muitos casos, algumas limitações devem ser reconhecidas. A perda de peso localizada não é possível, e alguns pacientes podem manter acúmulo de gordura na região peitoral mesmo após perda de peso significativa.
Fatores genéticos podem limitar a resposta ao tratamento conservador, especialmente em pacientes com predisposição para acúmulo de gordura na região peitoral. Nestes casos, a melhoria pode ser parcial mesmo com perda de peso substancial.
A manutenção da perda de peso a longo prazo representa desafio significativo, com muitos pacientes recuperando o peso perdido e, consequentemente, o retorno da pseudoginecomastia. Mudanças permanentes no estilo de vida são necessárias para resultados duradouros.
Em casos de pseudoginecomastia severa ou de longa duração, pode haver perda da elasticidade cutânea, resultando em excesso de pele mesmo após perda de peso. Nestes casos, o tratamento conservador pode não proporcionar resultados estéticos satisfatórios.
Tratamento Cirúrgico
Quando o tratamento conservador não proporciona resultados satisfatórios ou em casos de pseudoginecomastia severa, o tratamento cirúrgico pode ser considerado. A lipoaspiração é a técnica de escolha, permitindo remoção específica do tecido adiposo da região peitoral.
A lipoaspiração para pseudoginecomastia pode ser realizada através de técnicas tradicionais, assistida por ultrassom (VASER) ou com laser. Cada técnica oferece vantagens específicas em termos de precisão, recuperação e retração cutânea.
A técnica VASER tem mostrado resultados superiores em casos de pseudoginecomastia, proporcionando remoção mais precisa do tecido adiposo e melhor retração cutânea. Esta tecnologia permite tratamento mais seletivo, preservando estruturas importantes como vasos e nervos.
Em casos com excesso cutâneo significativo, pode ser necessária remoção cirúrgica da pele excedente além da lipoaspiração. Esta abordagem combinada pode resultar em cicatrizes mais extensas, mas proporciona resultados estéticos superiores.
Resultados e Expectativas
Os resultados do tratamento da pseudoginecomastia, seja conservador ou cirúrgico, são geralmente excelentes quando a abordagem adequada é escolhida. O tratamento conservador pode proporcionar melhoria significativa em pacientes motivados e com boa adesão ao programa.
A cirurgia de ginecomastia para pseudoginecomastia através de lipoaspiração oferece resultados imediatos e duradouros, com alta taxa de satisfação dos pacientes. A recuperação é geralmente mais rápida comparada à cirurgia para ginecomastia verdadeira.
É importante estabelecer expectativas realistas sobre os resultados. Embora a melhoria seja significativa, pequenas irregularidades podem persistir, e a manutenção dos resultados a longo prazo depende da estabilidade do peso corporal.
A combinação de tratamento cirúrgico com mudanças no estilo de vida oferece os melhores resultados a longo prazo, prevenindo recidiva da condição e mantendo os benefícios obtidos com a cirurgia.
Prevenção e Manutenção
A prevenção da pseudoginecomastia baseia-se principalmente na manutenção de peso corporal adequado através de dieta equilibrada e exercício regular. Estabelecer hábitos saudáveis desde jovem pode prevenir o desenvolvimento da condição.
O monitoramento regular do peso corporal e composição corporal permite identificação precoce de ganho de peso e intervenção antes que a pseudoginecomastia se desenvolva. Pequenos ajustes na dieta e exercício podem prevenir progressão da condição.
Para pacientes que já foram tratados, seja conservadoramente ou cirurgicamente, a manutenção dos resultados requer compromisso contínuo com estilo de vida saudável. Programas de manutenção estruturados podem auxiliar na prevenção de recidiva.
O acompanhamento médico regular é importante para monitorar a evolução da condição e detectar precocemente sinais de recidiva. Ajustes no programa de tratamento podem ser necessários conforme mudanças nas circunstâncias individuais.

O Dr. Wendell Uguetto, especialista em ginecomastia é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica no Hospital das Clínicas da USP. Atualmente, atende em consultórios localizados no bairro Ibirapuera e no Hospital Israelita Albert Einstein, ambos em São Paulo.
Para mais informações ou agendamento de consulta, entre em contato pelos telefones (11) 2893-3348 ou (11) 99856-5280
Este artigo tem finalidade exclusivamente informativa e não substitui uma consulta médica. As informações apresentadas refletem a experiência clínica do Dr. Wendell Uguetto e seguem diretrizes amplamente reconhecidas na prática da cirurgia plástica.
Cada caso de ginecomastia deve ser avaliado individualmente por um profissional qualificado, considerando exames físicos, histórico do paciente e exames complementares.
Para um diagnóstico preciso e indicação do melhor tratamento — seja clínico, cirúrgico ou combinando abordagens — agende uma consulta com o Dr. Wendell Uguetto, cirurgião plástico especialista em ginecomastia.










