Cirurgia Plástica na adolescência

Publicado em: 23/12/2017 | Última Atualização em 23/12/2017

Ao perceber que o corpo infantil está passando por determinadas alterações, rumo à vida adulta, nem todo adolescente se sente satisfeito esteticamente. Seja para corrigir imperfeições do tipo ou mesmo para solucionar problemas de saúde, como problemas respiratórios por alterações nasais, o fato é que a quantidade de cirurgias plásticas em adolescentes tem crescido. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), entre 2009 e 2014, a quantidade de procedimentos do tipo cresceu 56,6%. Esses dados são importantes no segundo país que mais realiza cirurgias plásticas, atrás apenas dos Estados Unidos.

A cirurgia plástica na adolescência é permitida?

Os procedimentos do tipo nos adolescentes são permitidos, mas alguns itens devem ser levados em consideração. Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que a adolescência é uma fase em que muitas características e aspectos físicos são transitórios e ainda sujeitos a modificações. Às vezes, aquilo que angustia o adolescente tende a regredir em alguns anos. Quando não é o caso, a cirurgia pode ser indicada, mas, ainda assim, é preciso que o médico avalie a real necessidade do caso, considere e maturidade física e emocional do adolescente e obtenha a autorização dos pais ou responsáveis.

Quais procedimentos são mais comuns nessa faixa etária?

Em geral, há condições que prejudicam a qualidade de vida dos adolescentes (como as dores nas costas provocadas por mamas grandes em algumas meninas, por exemplo) ou outras alterações na face ou no corpo que estejam prejudicando a autoestima e até mesmo a vida social dos adolescentes.

Correção nas orelhas, por exemplo, podem ocorrer a partir da infância. Para os procedimentos faciais (como correção no queixo, nariz e maxilar) é preciso esperar o completo desenvolvimento dos ossos da região. O mesmo se aplica aos implantes ou reduções mamárias – é necessário esperar o desenvolvimento completo.

Entre os meninos, um procedimento muito comum é a cirurgia de ginecomastia, que visa à redução das mamas que cresceram mais do que o comum. Contudo, é necessário ressaltar que, na adolescência, essa condição tende a regredir espontaneamente. A cirurgia é indicada nos casos em que essa regressão não ocorreu ou diante de impactos psicológicos graves.

Nos casos de lipoaspiração, é fundamental esclarecer ao adolescente, especialmente a quem está acima do peso ou é obeso, que se trata de um procedimento com a finalidade exclusiva de remover gorduras localizadas, e não emagrecer completamente. Ainda em fase de crescimento, esse procedimento não é indicado.

Maturidade física e emocional

A decisão acerca da cirurgia plástica na adolescência deve considerar os impactos que aquela determinada característica está causando na saúde física ou emocional do adolescente. Também é preciso analisar se a cirurgia é mesmo indicada, se há meios menos invasivos de resolver o problema, ou mesmo se ele pode passar por regressão espontânea com o tempo.

Além disso, é importante ressaltar ao adolescente que a vontade deve partir dele, e não de imposições sociais.

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