Ginecomastia puberal: um problema que pode ser resolvido na adolescência

Publicado em: 13/08/2018 | Última Atualização em 17/10/2024

Imagine que além de lidar com as mudanças hormonais da adolescência e as consequências psicológicas que seguem com elas, os meninos ainda tivessem que conviver, por exemplo, com o crescimento desproporcional de suas mamas?

Em alguns casos isso pode acontecer e geralmente por eles não saberem lidar com o problema, costumam esconder o seu corpo, disfarça-lo com roupas largas, enfim, fazer de tudo para que ninguém perceba o que está acontecendo e assim, evitar a exposição e possíveis comentários na escola. Para evitar esse tipo de isolamento, pais, educadores e demais profissionais que tiverem contato com essas crianças precisam ficar atentos aos primeiros indícios e procurar a ajuda de um especialista.

Conhecida como Ginecomastia Puberal, o problema pode acometer alguns meninos, geralmente a partir dos 10 anos de idade, em função do crescimento do tecido glandular de suas mamas, durante a fase de maturação sexual. Isso ocorre geralmente por causa de um desequilíbrio hormonal (entre os andrógenos ou estrógenos).

Como ocorre a Ginecomastia Puberal?

O tecido mamário dos homens e mulheres é similar no nascimento, mas durante a puberdade dos garotos pode haver uma proliferação dos hormônios, regressão ou atrofia, conforme a produção dos andrógenos testiculares, que vão sendo secretados em valores cada vez mais altos.

O desequilíbrio entre eles e a produção dos estrógenos podem levar inclusive à obesidade infantil e ao surgimento da Ginecomastia Puberal, que apesar de ser benigna, causa um grande constrangimento nos jovens e levar a sequelas emocionais. Por isso, o diagnóstico e tratamento são tão importantes.

Cenário

Pesquisas estrangeiras relatam que o problema afeta 19,6% dos meninos, com cerca de 10.5 anos de idade, e que o pico da Ginecomastia chega aos 14% quando o adolescente atinge os 14 anos.

Formas de tratamento

A maioria dos adolescentes com Ginecomastia Puberal, particularmente em graus leves a moderados, não precisa necessariamente de um tratamento, devendo-se apenas acompanhar a transitoriedade do processo, já que a regressão pode acontecer entre seis meses e um ano.

A explicação fisiológica do problema, por parte de um especialista, aliado ao apoio emocional da família, pode ajudar na compreensão e diminuição da ansiedade do adolescente. Há casos em que um acompanhamento psicológico também pode ajudar.

Primeiros indícios

Cabe ao próprio jovem observar até que ponto o diâmetro do seu aumento mamário o constrange ao ponto de procurar um médico. Porém, os pais podem notar alguns aspectos físicos e emocionais, caso ele esteja passando por problemas na escola.

Às vezes, nem será necessário pedir exames laboratoriais, já que a mama costuma desaparecer (em um período de seis meses a um ano). Nestes casos, o adolescente passa apenas por avaliações médicas periódicas para um acompanhamento individualizado.

Em outras situações, como diâmetros superiores a 3 cm e comprometimento psicológico, alguns medicamentos também poderão ser indicados, mediante o acompanhamento paralelo de um endocrinologista.

Procedimento cirúrgico

Caso o tratamento medicamentoso seja ineficaz, ou se a Ginecomastia prevalecer por alguns anos, o tecido glandular pode ser removido cirurgicamente.
Geralmente essa medida pode ser recomendada para os casos em que os nódulos forem maiores, acima dos 4 cm de diâmetro (macroginecomastia). De qualquer forma, é importante procurar um especialista para uma melhor avaliação.

Fonte: PortalPed

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